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Mahou Tias 006 - A Mulher Vermelha

06/05/2024
Por Danilo Sanches Ferrari

Stefani estava pensativa na escola. Nem os ataques de Viviane estavam incomodando, o que fez a loira raquítica se cansar e se calar.

À tarde, Stefani fez seus deveres, ajudou a mãe com a casa e depois saiu para ir até o mercadinho do avô.

Quando chegou lá, viu Pâmela em um dos caixas, passando as compras de uma senhora. Quando a cliente saiu, Stefani se aproximou de Pâmela, com o número do celular anotado em um papel e falou que queria conversar.

Pâmela pegou o papel e Stefani foi ver o avô.

Ele lia um jornal que falava sobre as últimas ações das Super Mulheres, que era a forma que a imprensa estava usando para se referir às mulheres coloridas.

Elas tiveram um fim de semana agitado.

Contiveram torcidas organizadas, ajudaram no resgate de pessoas em uma enchente e impediram o sequestro de uma criança.

Augusto olhou para a neta e falou:

- Vai ficar muito difícil para a polícia, se continuarem se opondo a elas. Elas já têm muita aceitação popular.

Stefani pegou o jornal e viu na matéria fotos de desenhos que crianças faziam das heroínas.

A garota se sentou na frente do avô, suspirou e disse:

- Eu não sei se elas vão conseguir ficar escondidas por muito mais tempo. Tem câmera para tudo quanto é lado!

- Nem só câmeras, mas celulares, elas poderiam ser rastreadas de várias formas. Elas tão mostrando competência. – Falou Augusto.

Os dois começaram a conversar sobre os pais de Stefani e chegaram à conclusão de que a ideia de falar com Pâmela era a única opção. Augusto ofereceu a casa para elas conversarem, mas Stefani preferiu combinar direto com Pâmela.

De noite, por volta das 10 e 30, Stefani recebeu uma ligação de Pâmela, sugerindo que conversassem em um lugar aberto, como um parque. Mas Stefani tinha outra ideia:

- Olha, tá passando um filme brasileiro que ninguém quer ver e a sala tá vazia. O pessoal da minha sala está usando para namorar.

Pâmela não conseguiu conter o riso e achou a ideia interessante. Afinal, se o pessoal ia para lá para das uns amassos, quem repararia em duas mulheres conversando?

No dia seguinte, à tarde, Stefani já estava esperando na porta do cinema quando Pâmela chegou. A garota que já tinha comprado as duas entradas, entregou uma a Pâmela e foi entrando.

Elas deixaram para entrar pouco antes de começar o filme, assim poderiam pegar os lugares mais afastados dos casais.

Pâmela se surpreendeu com a quantidade de duplas ali, com a solene intenção de ignorar o filme para namorar.

Depois de escolherem duas cadeiras mais ao canto, Stefani relatou o que havia acontecido na semana anterior e a conversa com a mãe.

Pâmela não ficou nem um pouco animada, mas falou para a garota:

- Eu não posso ter raiva da sua mãe por isso, é uma duvida que atormenta muitas mulheres… Seu pai me pareceu um homem que não faria algo do tipo, ele é meio tímido.

Stefani concordou a respeito do pai ser tímido e teve que admitir que, se parece para pensar, ela tinha um certo receio das coisas que poderia ter que fazer para segurar um namorado.

E as duplinhas estavam dando várias demonstrações do quais coisas eram, durante o filme.

Pâmela olhou para o lado e viu uma Stefani vermelha como tomate, pois algumas fileiras a frente um rapaz estava de pé com as calças abaixadas, sendo chupado por uma garota.

Pâmela olhou para trás e viu o lanterninha apenas observando. Quando o homem reparou que estava sendo observado, se aproximou e falou:

- Nem vem me dar bronca, isso é bem melhor que o filme.

- Olha, mas esse não é um cinema privê! - Retrucou Pâmela.

- Você realmente veio assistir esse filme? – Perguntou o homem.

A expressão de Pâmela entregou que não e o homem continuou:

- Então, tá te atrapalhando? Você realmente quer irritar essa molecada?

- Esse é um cinema comum, nas outras salas tá passando filmes de Hollywood! E são filmes comerciais! – Tentou argumentar Pâmela.

- Olha, isso é normal, sempre que tem um filme assim, isso acontece. E sempre usamos essa sala, justamente por isso. – Explicou o homem.

- Mas e se entrar uma criança? – Questionou Pâmela.

- Eu não respeito um pai que queira trazer uma criança para assistir um filme documentário sobre a ditadura. E a classificação deste filme é 14 anos. – Explicou o homem se virando.

O homem desceu, passou pelo lado do casal e fez sinal de positivo.

Stefani, meio gaguejante, perguntou:

- Não tem cheiro de urina?

- Isso vai da higiene do rapaz, mas pela vontade da garota, ele parece bem… Parece tomar banho.

Stefani acabou rindo e isso fez as duas voltarem para a conversa.

Pâmela olhou para a garota e disse que a melhor coisa a fazer era ir conversar com a mãe de Stefani, mas isso tinha que ser apenas entre ela e Pâmela, Stefani não deveria estar presente e nem interferir.

Stefani aceitou e, quando disse que iria ajeitar, Pâmela não permitiu:

- Como vou ganhar o respeito da sua mãe se eu ficar te usando? Eu vou até ela. Eu e ela combinaremos o melhor momento para isso.

Stefani ficou com o coração apertado mas, no fundo, ela sabia que Pâmela tinha razão.

As duas resolveram sair mais cedo da sala e puderam ver o lanterninha observando de perto outro casal que era mais discreto e não se importava com a presença do homem.

Stefani estava caminhando sozinha, de volta para casa, quando um homem a agarrou por trás, colocou uma arma na cabeça dela e se virou para trás, mostrando a garota para uma mulher negra, com um corpo que aparentava frequentar academias. Ela tinha cabelos e olhos vermelhos e usava as mesmas roupas das outras mulheres coloridas, só que vermelhas.

A mulher vermelha tinha o semblante calmo, não aparentava nervosismo algum.

Todos ficaram quietos, apenas se observando, lembrando um duelo de atiradores do velho oeste. De repente, a arma caiu da mão do homem, que só percebeu quando o metal tocou o chão.

Ele largou Stefani e saiu correndo em pânico. A mulher fez sinal para Stefani chegar para o lado, e ao ter o caminho livre, a mulher juntou as duas mãos espalmadas para a frente, e soltou algo que lembrava um jato, de poucos diâmetros, mas capaz de acertar as costas do homem e o fazer rolar por cerca de 20 metros.

Sem fazer mais nada, a mulher vermelha fez sair jatos semelhantes dos pés e saiu voando com uma velocidade incrível, desaparecendo no céu.

Stefani se sentou no chão para se acalmar e esperar a polícia chamá-la. Mas tudo o que uma policial feminina fez foi perguntar se ela estava bem.

Stefani chegou em casa e escutou alguns gemidos na cozinha. Quando entrou, viu a mãe e Pâmela abraçadas.

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