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Mahou Tias 009 - Estática

21/05/2024
Por Danilo Sanches Ferrari

Stefani estava tendo dificuldades para se enxugar. Conforme ela passava a toalha pelo corpo, ia criando muita eletricidade estática, o que fazia a toalha grudar na pele.

A situação era pior nos cabelos. A toalha e os fios estavam tão grudados pela estática que cada puxão fazia um estalo que causava dor. Ela esfregava a toalha para tentar amenizá-la, se esquecendo que isso geraria mais estática.

Por causa da demora da filha, Estela entrou no banheiro para ver o que acontecia e achou que a garota estava passando mal. Stefani se contorcia tentando afastar a toalha, ouvia-se estalos, a garota voltava a se contorcer, ouvia-se mais estalos, em um círculo vicioso que não tinha fim.

A mulher agarrou a toalha e sentiu um choque, mas o instinto materno foi mais forte, impedindo-a de largar a toalha. A mãe puxou a toalha com força. Parecia que centenas de mosquitos tivessem sido mortos com aquelas raquetes elétricas, tamanha a quantidade de estalos que se ouviu. Stefani gritou e caiu no chão tremendo.

Estela ficou branca, ela não tinha entendido o que havia acontecido, mas sabia que a filha estava sofrendo. Ela respirou e perguntou:

- Filha, o que foi isso?

- Acho que aquela fruta me deu poderes elétricos! A toalha não queria desgrudar de mim! - Falou a garota suspirando profundamente.

Depois que conseguiu se levantar a garota foi para o quarto, seguida pela mãe, que a examinava de cima a baixo, mas não falava nada.

A garota ficou sentada na cama pensando. Ela olhava para o guarda-roupas e tinha medo de vestir qualquer coisa enquanto não estivesse bem seca e sem estática pelo corpo.

Ela encarou o abajur, desrosqueou a lâmpada, colocou o dedo no conector de energia e a lâmpada começou a emitir uma luz bem fraca. Estela, que estava calada, apenas olhando, arregalou os olhos de medo. Stefani, achando graça daquilo, falou:

- Será que eu consigo recarregar meu celular?

- Não faz piada com isso! Vão querer te dissecar viva! - Falou Estela começando a chorar.

- Mãe. Aqui é o Brasil! É mais fácil que queiram me colocar em um time de futebol, que eu me candidate a vereadora ou que entre para o crime organizado. - Falou a garota deixando a mãe perdida, sem saber se ria ou tinha medo.

Quando o pai de Stefani voltou para casa com os remédios da filha, Estela o agarrou pelos ombros e falou:

- Otávio! Nossa filha virou um Pikachu.

O homem não entendeu nada e a esposa começou a explicar. Quando ela terminou o marido subiu as escadas até o quarto de Stefani e entrou sem bater; sem reparar que a filha ainda estava nua, pediu que ela mostrasse o truque da lâmpada.

Stefani pegou a lâmpada e a fez acender mais forte que da última vez. O homem se ajoelhou, colocou as mãos sobre as pernas da garota, pegou as mãos dela e quando foi levantando a cabeça para olhar o rosto da filha, viu os mamilos dela e se jogou para trás gritando:

- Por que você ainda tá pelada?! Não faz isso com seu pai!

- Você não percebeu? Como? - Falou a garota, cobrindo os seios com as mãos.

Augusto e Pâmela chegaram desesperados para ver se a garota estava bem.
Eles estavam afobados demais, pois os jornais não paravam de mostrar um helicóptero que havia sido derrubado pela mulher amarela.

Nenhum dos três tinha pensado em ligar a TV. E, quando ligaram, viram as filmagens do entorno do hospital e as coisas pareciam muito mais chocantes agora.

Na parte oposta à saída do estacionamento havia um pequeno helicóptero despedaçado no chão. O âncora do jornal dizia que a aeronave pertencia a um grupo de traficantes que tinham executado outro, um rival que estava internado ali, e que a mulher que vestia amarelo não tinha deixado a nave fugir, derrubando-a e fazendo os três tripulantes irem para a UTI em estado grave.

Todos estavam assustados. Augusto e Pâmela não pareciam ter reparado em Stefani.

Então a campainha tocou e Pâmela foi ver quem era. Quando voltou, ela estava junto de uma mulher com seus trinta anos, com cabelos castanhos cacheados até os ombros, sem mais grandes destaques.

Pâmela a apresentou, dizendo que aquela era Jessica, a ginecologista dela.

Estela pediu desculpas por não ter desmarcado a consulta, mas a mulher a interrompeu:

- Calma! Pâmela me contou que quebraram a cara da sua filha. Na minha época as garotas brigavam puxando cabelos, hoje elas quebram narizes. Isso é igualdade de gêneros!

Todos riram e Jessica se aproximou de Stefani, que agora já estava vestindo um vestido verde, e perguntou:

- Fogo e água me disseram que você comeu uma das frutas. Qual é o poder que você recebeu?

Todos ficaram calados e assustados. Pâmela perguntou:

- Como assim, Jessica? Que fruta? Você está falando das Super Mulheres?

Pâmela e Augusto olharam para Stefani e notaram a mudança nos cabelos, nos olhos, na pele e no corpo e soltaram um “como assim?” em uníssono, mas a resposta veio rápida.

Ainda virada para Stefani Jessica suspirou e suas roupas sumiram, dando lugar a outras. Os cabelos mudaram de cor e ela se revelou a mulher amarela.

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