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Mahou Tias 011 - A Decisão

23/05/2024
Por Danilo Sanches Ferrari

Stefani foi dormir com a cabeça cheia. As Palavras de Laura a deixaram com medo. No que dizia respeito a ela, estava tudo bem, pois ela sabia que provavelmente as palavras eram sobre Ricardo. Mas as coisas que ela tinha ouvido sobre o avô e Pâmela, estas sim estavam incomodando.

Stefani teve problemas para se livrar das cobertas. Ela havia se mexido tanto durante a noite que a estática gerada tornava impossível ela se descobrir sozinha.

Ela foi até o quarto onde o avô e Pâmela estavam dormindo, mas depois de várias batidas na porta, ninguém saiu.

Ela foi até a cozinha ainda enrolada no cobertor. Leidiane e Laura, que foram as primeiras a ver a chegada da garota na cozinha, caíram no riso. Pâmela ficou constrangida e deu bronca em Stefani:

- Que maluquice é essa? Você é visita!

- Alguém pode tirar a coberta de mim? Ela não desgruda! - Reclamou Stefani pedindo ajuda.

Mas como ninguém havia entendido, a garota explicou os problemas com a toalha.

Laura foi até o armário sob a pia, pegou uma luva de borracha, a vestiu, agarrou a coberta e puxou.

O barulho fez o caseiro, que era o pai de Laura, entrar desesperado, perguntando se algo tinha acontecido. Ver Stefani caída, tremendo e gemendo, não ajudou em nada.

O homem colocou Stefani no colo, mas Laura segurou em seu ombro dizendo:

- Pai, vai com calma. Ela tá parcialmente bem. Depois que ela dominar os poderes isso não vai mais acontecer.

- Outra vez essas coisas? Ser normal aqui tá virando anormal. - Falou o homem revirando os olhos.

Depois que comeram, Leidiane disse que teria que terminar os trabalhos e assim que possível se juntaria às garotas. Augusto ficou meio confuso e Laura, percebendo, explicou:

- Senhor, só Pâmela vai com a gente. Isso pode ser constrangedor, então o senhor fica.

- Mas nem fodendo! Não sei o que vai rolar nesse treinamento e não vou deixar minhas duas garotas sozinhas! - Gritou Augusto levantando os punhos.

Laura disse que só permitiria se Stefani autorizasse, pois era possível que ela ficasse nua no processo.

Stefani não deixou e o avô retrucou:

- Que merda de frescura é essa? Eu já troquei sua fralda, limpei sua bunda, qual a diferença?

- Eu era um bebê! - Respondeu Stefani ficando vermelha.

- E daí, seu corpo não mudou nada! - Falou Augusto.

Stefani ficou mais vermelha, mas também ficou triste. Pâmela, percebendo, agarrou a orelha do namorado e falou irritada:

- Nunca se deve dizer algo do tipo para uma garota… E você vai ficar, ou eu vou começar a ir assistir os jogos no campo com você!

Augusto não gostava quando ela ia até o campo. Foi obrigado a permitir.

Então, por volta das nove e trinta, as três se dirigiram para um lugar afastado. Pamela trajava roupas de moletom, Laura e Stefani estavam de shorts curtos e camisas regata. A garota estava tremendo, mas Laura disse que seria melhor para sentir o ambiente. Stefani não teve argumentos para ir contra, afinal, ela mal sabia o que estava acontecendo.

Depois de 20 minutos de caminhada, elas chegaram ao pé de uma pequena elevação rochosa, que tinha uma pequena clareira e uma espécie de riacho dentro de uma caverna.

Laura levou Stefani pra o meio da clareira e começou a explicar:

- As outras três adquiriram compreensão sobre os poderes, sendo super expostas a eles. Leidi, por exemplo, ateou fogo no próprio corpo. Jessica pulou de um balão sem paraquedas e a nossa bonequinha se amarrou debaixo da água sem ter como sair para respirar. Mas apenas Leidi teve sucesso logo na primeira.

- Mas eu não tô vendo nenhum fio de alta tensão aqui. - Questionou Stefani.

- Sim, mas você não vai treinar da mesma forma. Apesar da minha insistência, não recebi autorização. Então vou apenas te ajudar a não disparar um raio por acidente e controlar sua transformação. - Falou Laura, um tanto decepcionada.

Pâmela decidiu ficar calada, pois, ela não tinha uma opinião bem formada sobre aquilo.

Laura pediu para que Stefani fechasse os olhos e tentasse buscar dentro dela a roupa que ela estava usando quando mudou pela primeira vez.

A garota se sentiu aliviada por que o avô não estava ali, já que, se ela conseguisse, ficaria com a bunda de fora.

Então ela começou a respirar profundamente, tentando sentir a camisola dentro do corpo. Mas ao invés disso, acabou sentindo como os pulsos elétricos iam pelos nervos até o cérebro, e como eles faziam o caminho inverso. Não era uma percepção perfeita, mas ela podia sentir os fluxos opostos como se fossem duas correntes de água que andavam juntas mas cada uma para um lado.

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