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Mahou Tias 029 - A Origem Das Frutas

28/08/2024
Por Danilo Sanches Ferrari

Enquanto Laura tentava acalmar Fake, Stefani fazia o mesmo com Viviane, que estava sentada aos pés de uma arara de roupas.

Viviane parecia não querer ouvir, o que fez Estela se compadecer dela, questionando Vitório sobre o porquê de a terem chamado.

Marcos contou que não queria trazer Viviane para o meio da confusão, mas que também não achava justo tirar o cão das mãos da garota à força.

Viviane parou de cobrir o rosto com as mãos e encarou o policial. Laura tomou a fala para si e explicou:

- Como você percebeu, Fake estava procurando o cheiro das Mahou Tias… Quando a Stefani se transformou, ele disse claramente que era o que procurava. E eu sei que isso não foi um uso errado de uma palavra… Eu ouvi o coração dele e o significado foi este mesmo.

Viviane ficou calada, tentando aceitar a situação. Vitório perguntou se ela não estava com dor de cabeça. A menina balançou a cabeça negativamente.

Ficou claro para Laura e as outras que, como elas não tinham intenção de esconder suas identidades de Viviane, o mecanismo de defesa não funcionaria.

Fake se aproximou da dona, que o abraçou. Leidiane também se aproximou dela e entregou um copo de água.

Após beber o líquido, ela pediu para que lhe contassem como cada uma tinha ganhado os poderes e como o cachorro poderia saber delas.

Essa era uma história que nem Stefani sabia direito. Ela ficou feliz por ouvir.

Tatiane contou que, durante as férias de fim de ano, elas e os maridos tinham ido para a Amazônia. Estavam sobrevoando a floresta com um monomotor, que sofreu uma pane e caiu no meio da mata.

Segundo ela, a queda havia ocorrido em uma região praticamente não explorada, com uma tribo indígena que tinha pouco contato com a FUNAI.

Stefani e a mãe se olharam assustadas, mas não falaram nada. Deixaram Tatiane continuar.

Ela continuou, dizendo que as três haviam se machucado bastante. Apesar da tribo considerá-los invasores, o pajé pensava de maneira diferente. Ele havia cuidado dos ferimentos delas, mas os unguentos que ele usava não estavam surtindo efeito.

Então, cada uma delas recebeu uma fruta para comer. A fruta fez os ferimentos sararem mais rápido e deu os poderes que elas possuíam. As frutas restantes elas tinham trazido consigo.

- Índios deixaram vocês saírem das terras deles com coisas tão poderosas? - Questionou Viviane.

- A tribo parecia contra, mas o pajé deu um jeito de convencê-los. - Explicou Leidiane.

- Quase todos… Um não aceitou nada bem e até bateu no pajé. - Contou Jessica.

- E a Stefani, onde entra nessa história? – Questionou Viviane.

- Um dia uma garota loira quebrou o nariz dela. Ela acabou indo parar no hospital, onde comeu uma fruta que caiu no colo dela por acidente. - Contou Jessica com um tom irônico na voz.

Viviane abaixou a cabeça envergonhada. Stefani se aproximou dela e disse que ela não devia se preocupar com isso naquele momento, pois parecia que tinham problemas mais urgentes.

Laura confirmou com a cabeça e falou de uma maneira autoritária que Stefani nunca tinha visto:

- Eu vou cuidar de fazer o Fake entender como os humanos pensam e agem. Já as quatro vão treinar! Vocês foram patéticas no presídio… Sobreviveram por milagre!

Leidiane ficou surpresa com a atitude de Laura, que falou:

- Sei que trabalho para você, mas você mesma me deu ordens que, quando eu julgasse necessário, passasse por cima de você.

- Ela tem razão… Muitos dos problemas foram por causa de mim… - Falou Tatiane começando a chorar.

- Não… Todas tivemos dificuldades… Laura tem razão… - Disse Leidiane.

As quatro Mahou Tias foram para a gruta do lago. Stefani não julgava um bom lugar para treinar por ser muito pequeno, mas Leidiane mostrou uma passagem secreta que revelou uma caverna bem espaçosa.

Stefani não gostou do lugar, pois ela achava que um lugar tão escondido e grande, na natureza, deveria ter sido usado para rituais macabros no passado.

Leidiane explicou que aquele lugar era uma pequena mina e que aquelas rochas já tinham dado tudo o que podiam.

Ainda segundo ela, a história do lugar dizia que era uma mina disfarçada para evitar impostos, por isso a passagem escondida.

Apesar de não gostar do lugar, Stefani teve que aceitá-lo.

Viviane foi obrigada a acompanhar Laura, pois a mulher queria se certificar de que ambos, a garota e o cachorro, estariam bem afinados para voltarem para a cidade.

Apesar das suspeitas sobre o uso político e militar do feriado, todas tentariam se preparar o melhor possível, já que não sabiam o que o futuro reservava.

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