Aqueles que não queriam ficar parados tiveram que aceitar a derrota, pois a maioria tinha votado para continuarem com o plano original.
Laura ficou preocupada que essa divergência pudesse separar o grupo. Poucos ali tinham laços fortes entre si, muitos haviam se juntado ao grupo na semana anterior.
Porém, ela se enganou. No dia seguinte, Tatiane, Augusto, a mãe de Ricardo e a de Viviane disseram que tinham compreendido a posição dos outros e, mesmo não concordando, os argumentos deles tinham valor.
Isso deixou Laura muito feliz, pois ela percebia que quando chegasse a hora dela as Mahou Tias fariam parte de um grupo firme e sólido, que sabia respeitar uma votação justa, onde nenhum argumento estava errado, mas o que diferia era o ponto de vista.
Ninguém teve que fazer muito esforço para ficar quieto, pois praticamente ninguém do círculo de amizades dos membros do grupo estava interessado em bichinhos de pelúcia. Mesmo com o dia dos namorados se aproximando, as pelúcias pareciam representar algo brega, sendo esquecidas até mesmo pelos mais jovens.
Na terça-feira, novamente no intervalo da novela, a rede varejista prorrogou a promoção das pelúcias até o dia dos namorados.
Essa propaganda deixou o grupo intrigado. Afinal, a promoção estava sendo prorrogada por que ela tinha sido um fracasso ou um sucesso?
Na quarta, a sensação ainda era de que a campanha publicitária da loja tinha sido um fracasso, mas Ricardo levantou a possibilidade de isso só estar acontecendo em São Nunca, pois a fabricante era da cidade e talvez todos que queriam ou precisavam de uma pelúcia já tivessem adquirido a sua.
Na quinta pela manhã, Vitório informou que o sargento estava esperando mais quatro coletes à prova de balas chegarem para dar sinal verde para a ofensiva.
No mesmo dia as sessões de paintball foram retomadas. Também tinha ficado combinado que no fim de semana todos iriam para a chácara de Mario e Leidiane, para fazer um treino onde as Mahou Tias pudessem usar seus poderes.
Uma preocupação que Vitório tinha era de como locomover tanta gente entre cidades sem que isso chamasse a atenção. Tiago, que por causa da lesão na perna fazia mais trabalhos burocráticos, tinha uma cópia das chaves do pátio onde carros apreendidos ficavam guardados e sugeriu que pegassem um caminhão que estava parado lá há mais de cinco anos.
Apesar de isso infringir as leis, Vitório não fez objeção. Afinal, o caminhão ao qual Tiago se referia estava atrapalhando e não existia a previsão de um leilão que o tirasse de lá nem a possibilidade de o dono recuperá-lo, pois este tinha morrido em um assalto e não tinha herdeiros.
Na sexta pela manhã, Vitório fingiu fazer uma inspeção no pátio e levou Tiago junto de si.
Durante a inspeção no caminhão, eles verificaram que era possível colocar todos no baú. Porém, o veículo estava tão enferrujado, que a chance de alguém pegar tétano ali dentro era de mais de 200%.
Eles procuraram por outros veículos que pudessem ser usados e que já estivessem ali há muito tempo, não causando perdas a cidadãos que pudessem ter passado por problemas financeiros e por isso não tivessem recuperado seus veículos.
Eles acabaram encontrando uma kombi antiga e um caminhão de pequeno porte que estavam em condições aceitáveis, já que tinham dado a sorte de terem sido colocados em um local que acabou sendo coberto pela construção de um telhado na empresa vizinha ao pátio.
A kombi ainda tinha todos os bancos e o caminhão tinha espaço para acomodar os que não caberiam na perua.
Jessica começou a preparar vários kits de primeiros socorros, para deixar com cada membro e ter uma reserva em caso de maiores problemas.
Enquanto isso, na chácara de Leidiane, o pai de Laura via a filha receber a visita da águia guia e se dirigir para a mina abandonada. Ele não gostou muito daquilo, mas não podia fazer nada.
Por volta das 18 horas, Vitório informou o grupo que a ofensiva aconteceria no domingo.
Então, na madrugada do sábado, foram até o pátio, pegaram os veículos “emprestados”, sem avisar ninguém, e foram, um a um, recolhendo os membros da equipe.