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Mahou Tias 045 - Tibúrcio

14/10/2024
Por Danilo Sanches Ferrari

- Pai!!! – Exclamaram todos em uníssono.

- Desculpem não ter contado… Mas eu preferi não falar por que… – Falou Vitório procurando palavras para se explicar.

- Por que o pai dele é um sargento desertor. – Terminou o pai de Vitório.

- O senhor não é um desertor, fez o correto. – Falou Vitório.

- Não, eu fugi. Você tá fazendo o correto. – Tornou a falar o pai de Vitório.

- Bom, deixemos isso de lado, acho melhor entrarmos. – Sugeriu Vitório.

- Enquanto entravam na casa, todos ficaram se perguntando o que aquela conversa significava, mas ninguém quis tocar no assunto.

Tibúrcio, o pai de Vitório, explicou que pediu para Leidiane apagar suas chamas por que haviam granadas e bananas de dinamite escondidas na grama.

O sargento pediu para que todos desligassem os celulares, porém Vitório informou que eles haviam deixado os aparelhos na chácara de Leidiane e esta entregou um comunicador para Tibúrcio, que gostou da praticidade do aparelho.

Tibúrcio tinha conseguido juntar uma grande quantidade de armamento, mais do que o suficiente para o grupo.

Otávio ficou impressionado e perguntou como o sargento tinha conseguido tudo aquilo. O homem respondeu que ele teve que fazer certas concessões com traficantes da região para obter aquilo, incluindo ceder a casa para eles, assim que morresse.

Vitório fechou a cara, mas ficou quieto.

Os militares foram explicando o funcionamento de cada arma para os civis integrantes do grupo.

Eles começaram a combinar quem daria suporte e quem iria atacar.

Basicamente, a equipe de suporte seria a responsável por reabastecer os combatentes com munição, armas, medicamento e fazer primeiros socorros em caso de problemas.

A divisão foi feita da seguinte forma: as cinco Mahou Tias, os cinco militares, Otávio, Augusto, o pai de Laura, os pais de Viviane, Ricardo e o pai iriam para o combate.

Já Viviane, Fake, a mãe de Ricardo e Estela dariam suporte.

Não foi uma escolha dos outros que houvessem apenas mulheres na equipe de suporte; elas que tinham escolhido não ir para o combate.

A exceção era Estela, que pretendia lutar, mas estava tremendo tanto que o bom senso falou mais alto que a raiva.

Tibúrcio obrigou até mesmo as Mahou Tias a usarem coletes a prova de balas. De resto todos usariam, incluindo a equipe de suporte.

A ideia era que a equipe de suporte ficasse alguns metros atrás da equipe de ataque.

As equipes foram nomeadas como Ômega, que seria a equipe ofensiva, e Alfa para a equipe de abastecimento.

As mulheres estavam reclamando bastante dos coletes, pois eles apertavam seus seios. Tibúrcio explicou que tinha tentado arranjar coletes femininos, mas que eles eram difíceis de se conseguir.

As Mahou Tias haviam colocado os coletes por baixo dos uniformes. Tibúrcio também as obrigou a vestir um segundo colete sem estarem transformadas.

Enquanto os outros carregavam a Kombi e o caminhão, os militares observavam um mapa feito por Tibúrcio, tentando decidir a melhor forma de se aproximarem.

Havia três caminhos até a plantação que permitiriam a aproximação das equipes. O dilema era que dois deles dariam uma boa cobertura, por passarem por dentro de plantações de fazendas vizinhas.
O problema destes dois caminhos era o fato de eles serem bem estreitos, impedindo que o grupo se aproximasse com os veículos e dificultando uma possível fuga.

O outro caminho era uma estradinha que passava por fora das propriedades ao redor, uma estrada de uso público. Aqui eles poderiam entrar com os veículos e poderiam fugir com mais facilidade. Em contra partida, eles não teriam cobertura.

O bom senso pedia para que eles usassem os caminhos mais estreitos, por causa da cobertura que teriam. Porém, com tantos civis sem o preparo adequado, um caminho aberto, mesmo sem cobertura, poderia passar mais segurança, por permitir uma movimentação mais livre.

Sem saberem o que fazer, eles colocaram a decisão para que o grupo todo votasse. O resultado foi bem dividido e o uso do caminho aberto ganhou por apenas dois votos.

Já passava das duas da manha quando Vitório avisou que eles sairiam em breve, pois tudo já estava pronto.

O grupo se dividiu em grupos menores. Alguns se reuniram com seus filhos, outros ficaram sozinhos, alguns rezavam, outros faziam algum tipo de simpatia.

Vitório viu o pai entrar na despensa e o seguiu. Quando entrou, Vitório viu o pai segurando um porta retratos com a foto da falecida esposa. O filho disse:

- Eu também sinto falta dela…

- Ela teria orgulho de você. – Falou Tibúrcio, encarando a imagem.

- Eu lamento por não ser o homem que o senhor queria. – Falou Vitório.

Tibúrcio se virou para o filho, o olhou nos olhos, e falou:

- Você tá sendo mais homem que eu… Você tenta arrumar as coisas… E eu fugi…

- Você não tinha como mudar o regime, ele já estava perdido. – Falou Vitório colocando as mãos nos ombros do pai.

- Obrigado por tentar me ajudar… Te amo filho. – Falou Tibúrcio tirando uma das mãos de Vitório do ombro e a beijando.

Quando os dois saíram da casa, todos já estavam em volta dos veículos aguardando ordens.

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