Depois que tudo já estava decidido, Jessica achou melhor que Stefani fosse deitar, pois ela não estava fazendo o repouso que deveria.
Mas a garota não queria, ela queria ter controle sobre os poderes, para parar de lutar com cobertas e toalhas.
Tatiane ergueu a mão e fez a bolha de água aparecer ao redor da cabeça de Stefani. Quando ela viu a cara que todos fizeram falou:
- Melhor assim, sem força bruta.
Jessica ajudou tirando um pouco do ar dos pulmões da garota, até que ela começasse a tombar, e fosse segurada por Leidiane, que a colocou nos braços e levou para o quarto.
Augusto, que limpava os dentes com um palito, ficou impressionado com o trabalho em equipe das três:
- Se vocês jogam duro assim com uma garota recém-operada e sem condições de se defender, fico pensando como tratam os ladrões!
- Bem pior, eu garanto! - Falou Tatiane dando uma risadinha discreta.
Otávio já estava meio desconfortável porque só ele e o sogro estarem ali, sem os maridos ou namorados das outras mulheres. Chamou Augusto para ir dar uma volta e procurar o caseiro.
Augusto viu que não adiantava ficar ali e resolveu acompanhar o genro.
Estela ajudou Jessica a tirar a mesa do almoço, enquanto Tatiane usava os poderes para lavar a louça. Pâmela ficou com Laura do lado de fora conversando:
- O que você quis dizer com aquelas coisas, Laura? Eu não consigo tirar aquilo da cabeça!
- Já me disseram que é melhor eu ficar quieta se eu falar dessa maneira indireta… Mas… Eu penso que não posso guardar e também não posso falar diretamente… As pessoas podem mudar o futuro que eu vejo.
- Então não existe certeza no que você disse? - Perguntou Pâmela, esperançosa.
- Não é certeza até que aconteça. - Respondeu Laura.
Pâmela ficou feliz, afinal, seja lá o que fosse, podia não acontecer. Mais aliviada, ela retomou a conversa:
- Desde quando você tem esse dom?
- Desde meus 12 anos, quando eu menstruei pela primeira vez. Eu vi o dia, e como seria a minha morte… Quando acordei, o lençol estava sujo de sangue. - Respondeu Laura.
Pâmela ficou pálida, mas Laura a acalmou:
- Calma. No começo foi difícil, mas depois que descobri que podia falar com os animais, consegui entender melhor o motivo.
- Então você realmente fala com os animais? - Questionou Pâmela.
- Por que você acha que tinham tantos animais na chegada de vocês aqui? - Questionou Laura descontraidamente.
- E seus pais, como eles encaram isso? - Questionou Pâmela.
- Como você viu, meu pai já tá meio injuriado disso. Minha mãe me ajudou a entender isso, junto com os animais. Mas pra ela devia ser mais fácil, afinal ela já estava do outro lado. - Respondeu Laura tranquilamente.
Pâmela, que ainda não tinha recuperado toda a cor, quase desmaiou. Laura, vendo a situação da mulher, explicou:
- Ela morreu quando eu tinha nove anos, em um assalto.
- Por isso você ajuda elas? - Questionou Pâmela, triste.
- Não. Ajudo porque vi o que vai acontecer se elas não fizerem as coisas da maneira certa. Infelizmente, de uma forma ou de outra, existe sangue no futuro de quem come essas frutas. O que vai mudar é a quantidade.