Pâmela iria para casa treinar, mas Stefani sugeriu que a mulher fosse até a sua casa, por causa da árvore no quintal.
Pâmela achou a ideia boa, pois desde o incidente da rebelião no presídio a polícia parecia estar vigiando a casa dela e dos pais com muito interesse.
Stefani e Pâmela ficaram no quintal, tentando fazer o que Viviane e Tatiane haviam sugerido.
Stefani estava totalmente perdida e não sabia por onde começar. Já Pâmela mostrou resultados extremamente rápido.
A grama que ficava em volta da árvore começou a crescer muito rápido, dois metros em alguns segundos.
Estela, que observava da lavanderia, vendo o crescimento da grama, gritou para Pâmela:
- Para, Pâmela! Como vamos jogar isso fora?
Pâmela, que parecia estar em uma espécie de transe, abriu os olhos, olhou em volta e se assustou, exclamando:
- Eu fiz isso?!
- Parece que sim… – Disse Stefani, de olhos arregalados.
A garota perguntou como Pâmela tinha feito aquilo. A mulher explicou que sentiu algo quente vindo da grama, algo que pulsava como centenas de pequenos corações, e fez a sua energia fluir na direção deles.
Stefani achou a explicação um pouco evasiva, mas Pâmela disse não saber explicar de outra forma.
Estela colocou uma mão no ombro da filha e sugeriu:
- Por que você não tenta sentir esse coração? Pelo que me lembro, a eletricidade está na terra e no céu.
A garota se lembrou que a terra atraía os raios que se formavam nas nuvens. Ao invés de se concentrar no céu, passou a se concentrar no solo.
Stefani ficou duas horas procurando um coração quente, mas não achou. Pâmela, por sua vez, dominou bem a técnica de enviar sua energia para a natureza. Agora, além de fazer a grama crescer, ela era capaz de mover a grama a seu bel prazer.
Ela também fez a árvore do quintal de Estela crescer mais alguns centímetros e ouviu uma voz feminina dizer “Muito bem, bom trabalho. Foi excelente.”.
Pâmela agradeceu Stefani e Estela pelo elogio. Mãe e filha se entreolharam e disseram que não tinham dito nada. Pâmela olhou em volta, mas não viu mais ninguém.
Em seu interior, Pâmela achou que poderia ter sido um dos espíritos da natureza, mas não falou nada.
Stefani permaneceu mais algum tempo tentando sentir algo, até que conseguiu.
Ela sentiu dois grandes e quentes corações pulsando. Um ficava em toda a terra e um ficava em todo o céu.
Então Stefani tentou fazer como Pâmela e começou a empurrar sua energia para os grandes corações.
Porém, ela não sentia que sua energia fazia alguma diferença. Os corações eram extremamente fortes, porém ela continuou enviando sua energia, até que escutou uma voz forte e masculina que disse:
- Não basta me dar sua energia, tem que saber receber a minha.
Então, um raio veio do céu e atingiu Stefani, a fazendo desmaiar.
Estela e Pâmela entraram em desespero. Mas Stefani começou a dar sinais de que estava acordando.
Quando acordou Stefani explicou que tinha ouvido uma voz lhe dar instruções, pouco antes do raio descer.
Pâmela falou de sua suspeita a respeito de essas vozes serem dos espíritos da natureza. Stefani concordou e ficou se perguntando como treinar, já que para isso, aparentemente, teria que ser atingida por um raio.
Estela, mesmo com medo das consequências desse treino, sugeriu à filha começar com coisas mais leves, voltando a receber a corrente elétrica que vinha das tomadas e vez ou outra tentar receber o raio.
Stefani concordou. Pegando um pedaço de fio velho, o desencapou, enfiou-o na tomada e ficou tentando absorver a corrente, até que dominasse aquilo totalmente.
