Stefani ainda não havia digerido as informações de Viviane muito bem. Ela estava chateada com Laura, decepcionada com os espíritos da natureza e assustada com Ganu.
Quando chegou à escola, a garota teve uma surpresa. Parado de pé no portão de entrada, estava Ricardo.
Stefani ficou branca, pois pouco estava ligando para o namorado.
Ela se aproximou dele e pediu desculpas por estar ignorando-o.
Ricardo olhou para Stefani com cara de bravo, mas sorriu dizendo:
— Calma, eu entendo. Toda essa confusão com a Raquel e o aparecimento desse Ganu. Tô chateado, mas eu também entendo.
A garota sorriu, beijando Ricardo na boca. Ele não esperava por aquilo e acabou ficando roxo.
Stefani atualizou o namorado com o que estava acontecendo e Ricardo, por sua vez, contou que havia recebido alta.
Após o almoço, Ricardo foi para a casa de Stefani, para que os dois estudassem juntos.
Estela estava cuidando dos afazeres da casa. Quando a campainha tocou, a mulher atendeu e quem estava à porta era Pâmela.
Estela convidou a mulher para se sentar na cozinha, perguntando como ela estava.
Pâmela respondeu dizendo que estava bem, mas aparentava nervosismo na voz.
Estela percebeu e perguntou o que era.
Pâmela contou que Augusto havia comprado uma arma para se defender de Ganu e até ajudar as Mahou Tias se necessário.
Estela ficou preocupada, mas disse que quanto a isso se sentia impotente, já que até a própria filha estava envolvida nessa história.
Pâmela abaixou a cabeça e falou:
- — Eu fui no cartório marcar o casamento civil com seu pai.
Estela ficou abatida com a informação. Um silêncio incômodo tomou a cozinha até que Pâmela continuou:
- — Eu sei que você não se sente bem… Sei que você queria seu pai e sua mãe juntos… Mas quando eu conheci seu pai, eles já estavam separados.
- — Eu sei disso… Disso você é inocente. Só que eu de você não confiaria tanto no meu pai. Ele já trocou a minha mãe por liberdade, e pode fazer o mesmo com você. — Falou Estela.
- — É triste ver você sentindo raiva do seu pai. Mas eu não posso te criticar por isso, se meu pai fizesse o mesmo, eu também ficaria triste. Só que agora não dá pra desistir do Augusto, eu me apaixonei por ele. – Contou Pamela.
- — O que me conforta é que eu sei que você tá falando a verdade. Eu sinto isso. Apesar de sua antiga profissão, você não me parece desonesta. — Falou Estela.
Pamela deu um sorriso discreto e Estela continuou:
- — Eu me afeiçoei por você, Pâmela. Depois que conheci você, passei a respeitar as escolhas que você fez. Foi tudo por amor a eles. Sim, eu fico triste pelos meus pais não estarem juntos… Eu realmente espero do fundo do meu coração que meu pai não seja tão assanhado a ponto de enjoar de você também.
Pâmela ficou com uma expressão pensativa e falou:
- — Do jeito que você fala, até parece que seu pai é uma máquina na cama. Só que não é bem assim, ele quase não me procura, quem mais procura ele sou eu.
Estela pareceu confusa e disse que Pâmela estava dizendo aquilo para proteger Augusto, só que Pâmela respondeu:
- — Seu pai sempre me procura no sábado, até parece que ele cumpre tabela. Qualquer coisa fora disso sou eu que peço.
Estela arregalou os olhos surpresa:
- — Pelo que minha mãe me falava, eu tinha uma impressão diferente. Será que ele já não tá enjoando de você?
- — Não me parece isso, eu não me sinto trocada ou esquecida. Ele é gentil, amoroso, carinhoso, não tenho o que reclamar. — Respondeu Pamela.
- — Só se for por causa da sua antiga profissão. Talvez ele queira fazer você entender que você pode mais do que apenas sexo. Sei lá, meu pai às vezes faz umas coisas bem estranhas. — Sugeriu Estela.
Pâmela sorriu e falou que a suposição de Estela fazia sentido.
As duas ficaram conversando até que Pâmela foi embora.
Assim que Ricardo saiu da casa de Stefani, Estela contou a conversa para a filha, que falou:
- — O vovô é esquisito, eu desisti de entender ele. Como falam na escola, aceita que dói menos.
Estela deu risada e as duas foram assistir TV juntas.
